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19 de abr. de 2012

Um dia com o ídolo

Não tenho na vida um ídolo igual a muita gente tem. Gosto de música, de teatro, de cinema, de artes; gosto de muita coisa merda também. Mas não tenho e nunca tive um ídolo. Gosto de Beatles, mas não deixo de dormir se não consigo ingresso para o último show do Paul, por exemplo (até porque sei que em breve vai ter outro). Gosto de alguumas mas coisas de Elvis (pouca coisa), mas nunca me vestiria de Elvis para nada.

Admiro que goste de um monte de cantores e bandas de quem eu nunca ouvi falar. Admiro esse conhecimento amplo. Prefiro conhecer a obra de autores brasileiros (Graciliano Ramos anda em primeiro na lista nos últimos tempos), embora adore Machado de Assis, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, e outros de fora como Umberto Eco e Garcia Marquez.

Tudo isso para dizer que deve ser um saco participar dessas promoções: "passe um dia com seu artista favorito".

Primeiro para o artista. Ter que aguentar durante, sei lá, 18 horas, alguém do seu lado que quer saber de você as coisas mais imbecis, deve ser um saco. Você tem que medir palavras, dizer menos palavrões que o habitual. Enfim, ser você sem ser você de verdade.

Depois para o ídolo. Ter que passar a tarde ao lado de alguém que você tem como ídolo não deve ser fácil. Primeiro porque, ou você fica tímido e não pergunta nada e fica parecendo um boboca ao lado do cara, ou você se acha íntimo do sujeito e passa dos limites. E na hora de ir ao banheiro, fica na dúvida se lava ou não a mão que cumprimentou o sujeito. Pera lá, né,

Acho não ter ídolos algo mais saudável.