Twitter

24 de mai. de 2013

Delícia

Tem dias que você tem que ouvir jogares de futebol dizendo mais do mesmo, políticos dizendo mais do mesmo depois de incêndios que poderiam ter matado centenas de inocentes, e tem dias disso.

21 de mai. de 2013

O futuro de Vitinho

Vitinho com o prêmio de revelação do Carioca 2013. Foto: Daniel Ramalho/Terra

Em geral a história de jogadores de futebol é quase sempre ligada a uma infância difícil em uma comunidade
carente. Vimos isso com Romário, com Ronaldo e mais recentemente com Adriano. Longe de fazer qualquer tipo de comparação, este tipo de histórias costumam ter um início difícil, um meio feliz (e rico, polpudo) e um final que pode ir do feliz à tragédia absoluta. No caso de Vitinho, promessa do Botafogo e recentemente eleito como a revelação do campeonato carioca, a história começa como quase todas: nascido e criado na favela Nova Brasília, no loteamento Guadalajara, no Complexo do Alemão no Rio, Vitinho foi descoberto ainda no Sendas, que depois virou Audax RJ. Daí para o Botafogo onde, aos poucos, foi tendo suas oportunidades com Osvaldo de Oliveira, até chegar às categorias de base da seleção. Aí é que o filme faz uma pausa.

Neste momento da história aparecem os amigos. E muitos. Chegando de todos os lados. De uma hora para outra Vitinho ganhou amigos de infância que nunca tinha visto na vida. Festas, baladas, convites para coisas um pouco mais pesadas (e recusadas). E o pai do jogador, conhecido como Pará, trabalhador da construção civil e craque das peladas do fim de semana na região, abre o olho, controlando tudo o que pode. Mas chega um momento que nem o pai mais zeloso do mundo sabe onde o filho anda. Resultado: já há um Vitinho Junior a caminho do mundo. E não há nada de mal nisso, diga-se de passagem. Mas o pai luta para afastá-lo das más companhias. E das boas também, por se acaso.

O olho é gordo para cima do salário do jogador. Afinal, para festas, churrascos e a cerveja depois da pelada é sempre quem ganha mais quem paga a conta. No caso, Vitinho. O que circula na comunidade é que o jogador estaria ganhando cerca de R$ 60 mil mensais no clube. Pará, o pai, já obteve duas ótimas vitórias: Vitinho já comprou uma casa boa para os pais na comunidade e já conseguiu fazer com que as visitas do filho ao Complexo do Alemão (pertinho de onde saiu Adriano, que é da Vila Cruzeiro) sejam cada vez mais raras e controladas. Vitinho mora com um companheiro de clube no Recreio e em breve vai morar sozinho também no Recreio. Agora a tarefa é controlar os amigos novos do Recreio. Mas pelo menos nisso Pará tem como aliado o Botafogo. O clube está escolado depois de ter lutado, quase que em vão, para tentar salvar a carreira de Jobson.

Vamos torcer para, desta vez, o futuro desse bom jogador tenha um final feliz.

14 de mai. de 2013

O estranho pedido de Marín

Marín durante a convocação. Crédito: Daniel Ramalho/ Terra


José Maria Marín, presidente da CBF e do COL da Copa 2014, e que adora uma latinha, fez um discurso estranho antes da convocação da seleção esta manhã no Rio. Pediu, repetiu e voltou a reiterar o pedido para que ninguém, nas próximas semanas, fale de eleições. Fale apenas de Seleção Brasileira. Isso para que não se desvie o foco do futebol.

Eu tenho a mania de tentar pensar além do que o entrevistado ou falante, disse.

Quando Marin fala em eleições, é claro que ele fala em eleição, no singular, da CBF. Marcada para abril de 2014 vai roubar a cena da Copa do Mundo e da Seleção assim que o assunto sorteio da Copa esfriar. E isso vai ser logo no início do ano. Marco Polo, Andrés Sanches e outros que ainda podem surgir vão querer aparecer mais que os jogadores de Felipão.

Mas será que o recado dado por Marín (que vem falando bobagens desde da ditadura militar) não teria sido também para os políticos brasileiros? Vejamos: 2014 é ano de eleições. Da presidente Dilma ao mais diletante candidato a deputado estadual, todos vão estar imbuídos de transformar estádios, treinos e jogos em seus palanques eleitorais.

Marín atirou no que viu e pode muito bem ter acertado no que não viu.

Além de todos os atrasos vergonhosos que estamos tendo nas obras da Copa (e mostrando ao mundo como somos uma nação mesquinha e que deixa tudo para a última hora, quase sempre para poder burlar as leis e levar um por fora), ainda vamos mostrar nosso lado mais descarado, da política mais vergonhosa que reina na nação tupiniquim.