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25 de fev. de 2014

Viajar na Iberia é viajar com fome

O link do Porta dos Fundos dessa segunda-feira http://youtu.be/i8jIiGu4tVM foi feito pra mim. Acabo de chegar de uma viagem de trabalho a Roma. Vim de Iberia e isso significa, no meu caso, passar 10h apenas com uma garrafinha de água de 750ml. Conto o caso.

No trecho Roma-Madri comer, nem pensar. É tudo pago. Mas são 2 horas de voo, beleza, nem precisa. Chego a Madri sem tomar café e decido comer um sanduba e um refri pra dar aquela tapeada até que chegasse ao almoço do avião. Que não é nada, não é nada, mas tem.

No meu caso, não tem.

Sentei na poltrona 21C, corredor. Avião vazio. A classe turista começa na 10. Ou seja: onze fileiras à minha frente com umas 44 poltronas e no máximo 13 pessoas. Para começar, como não tinha ninguém na janela me confundiram com um outro passageiro que tinha pedido comida kosher. O cara decidiu sentar em outro lugar e não se identifica.

- Senhor Carun é o senhor? - Perguntou esbaforida. Neguei.

Quando a mesma aeromoça volta com o jantar, duas horas depois de decolar, nem pensa em me fazer a pergunta: "pasta ou pollo?", como é habitual. Vai tirando a bandeja e jogando em cima da minha mesinha. Quando abro, para minha surpresa, suculentas berinjelas fatiadas ao queijo com molho de tomato. Hum...
Só que eu não como berinjela. Odeio berinjela. Pedi para trocar e a resposta foi pronta.

- Só tem isso. Se você não quiser eu posso te trazer uns amendoins, disse irritada.

Claro, posso trocar meu almoço por amendoins, que ótimo. Preferi não comer. Ela até ficou de ir ver se tinha alguma outra opção. Mas passou por mim com café ou té umas duas vezes e me ignorou. Quatro horas depois, decidiram servir um sanduíche. Expliquei meu caso a outro aeromoça (sem erro de gênero) e ele simpaticamente me disse.

- É um sanduíche por passageiro!

Que gentil, não. Recuso até mesmo o meio sanduíche que ele me oferecera. Passadas mais duas horas, voltam eles com mais um lanchinho. Desta vez nem quero ver o que é. Recuso de cara. Eia que volta a primeira aeromoça.

- O senhor tem certeza que não é senhor Carun? e respondo.

- A senhora acha que não sei meu sobrenome? Sou o que não come berinjela, lembra? Você ficou de me dar uma explicação e até agora nada.

E ela ficou me olhando com cara de bunda azeda.

A chefe dos comissários então decidiu vir falar comigo, saber porque não queria comer. Expliquei a ela que não queria comer porque estava me sentindo mal de dar tanto prejuízo à Iberia. Veja só: minha empresa pagou, e caro, a passagem para eu vir para Roma com vocês e ainda quero comer? Não é possível. Não quero ser responsável pela queda do faturamento da empresa. Ainda mais com a Espanha em crise. E disse também que nunca fui tal tratado em uma companhia aérea como estava sendo. Foram incapazes de encontrar uma solução para mim. Ela até tentou me pedir desculpas, mas eu disse: você como chefe deveria ter vindo aqui mais cedo e não nove horas depois do avião decolar. Não aceito suas desculpas e se puder, a Iberia nunca mais verá a cor do meu dinheiro.

Espero que tenham tido um voo agradável, disse o piloto.




20 de dez. de 2013

Estado laico, graças a Deus

No Brasil a Constituição diz que o Estado é laico. Mas parece que para a cidade de Campos, a cidade tem que adotar a religião da prefeita Rosinha Garotinho. Veja essa publicação oficial no Facebook dando os parabéns a um, vamos dizer assim, "eleitor."

19 de dez. de 2013

O melhor das compras de Natal

O melhor lugar para compras de Natal não é um shopping center de luxo e muito menos um popular. O melhor lugar para gastar o dinheiro do seu décimo terceiro salário é num posto de gasolina. Isso na visão do frentista, claro. Você chega para abastecer e não basta. O cara te oferece uma ducha. Você recusa. E ele gentilmente te pede para abrir o capô para ele "verificar a água e o óleo." E aí começa.

Não bastasse a gasolina estar pela hora da morte e você precisar encher o tanque com gasolina (Premium? Não, obrigado), ele ainda te desfia um rosário de problemas para quem vai pegar a estrada.

- O óleo tá baixo. Tem que trocar.
- Mas eu troquei no mês passado.
- Mas tá baixo. Pega pelo menos um litro.

Pega um litro e meio e você ainda é obrigado a ficar com meia garrafinha de óleo na mala do carro.

- Shii, precisa trocar o filtro também. De óleo e de ar. E essa água do radiador, sei não.
- Precisa não, ele vai entrar na revisão assim que voltar.
- O senhor é que sabe - diz, com cara de "vai dar merda, depois não reclama"

E ainda vem fluído de freio, aditivo para o motor, sabão para a água do mija (pra limprar o vidro, saca?) e você sai do posto de gasolina com o limite do cartão de crédito mais do que estourado. E ainda tem a caixinha do querido amigo do posto, tão prestativo e atencioso.

Mas o melhor mesmo é que você, depois de gastar essa grana toda, não sai de mãos abanando. Ganha de presente um lindo "não-sei-pra-que-serve" para usar no carro o resto do ano. Feliz Natal.



5 de ago. de 2013

A real Estrada Real

Acabo de chegar de dois dias de viagem por parte de Minas Gerais e já fiquei louco para voltar. Em pouco tempo vi Tiradentes, Congonhas e Ouro Preto, além de passar por São João Del Rei, Itabirito e Ouro Branco. Tudo muito rapidamente, mas o suficiente para despertar o desejo de ter muito mais tempo para explorar um território tão rico em histórias e em belezas naturais e não naturais.

Mas uma viagem como essa precisa ser bem preparada. Para começar mapas físicos das estradas e das principais cidades. Ainda não inventaram Google Maps que substitua o dobrar o mapa, marcar sua rota a caneta amarela, calcular distâncias rapidamente de cabeça. Depois um tablet com conexão à internet para, assim que chegar em cada lugar, poder ler histórias, conhecer personagens. Ou, quem sabe, contratar um guia turístico local para ter mais assunto.

Fico pensando no turista que virá para a Copa do Mundo e que vai se estabelecer em Belo Horizonte e tiver, entre um jogo e outro, tempo de ir passear por essas cidades históricas. Que maravilha, não?

Não. Maravilha nada. Vai ser um transtorno.

As estradas são horrorosas. Isso sim, placas do Governo de Minas dizendo que estão sendo feitas obras estão por toda parte. Mas não se vê nada sendo feito. Quase nenhuma obra importante. Buracos, buracos e mais buracos. As sinalizações são péssimas e precárias. Raramente você encontra uma que tê a distância que falta a seu destino (só no trecho da BR-040 que está privatizado entre Rio e Juiz de Fora). Nas estradas mineiras, reze para encontrar uma placa que te diga algo além de "Por favor, não atire nas placas", ou "Governo de Minas, aqui tem Samu". Provavelmente deve ser para você tomar um tiro e buscar ajuda médica.

Conseguir sair das cidades sem pedir informação é impossível.

Isso sem falar nas que existem e estão dobradas, quase que invisíveis (a da estrada para Tiradentes na altura de Barbacena está quase tombada). Há trecho de 1 Km em que há seis, repito, seis quebra-molas em sequencia. Ai invés de educar o motorista, as estradas punem e fazem você andar mais tempo em primeira e segunda, gastando mais combustível, poluindo mais. O governo deve pensar que colocando quebra-molas ao longo de cerca de 200Km entre BH e Juiz de Fora você fique feliz por passar mais tempo dentro do estado. Se for de noite então, você vai gastar o dobro do tempo normal.

Vou voltar, mas com tempo para apreciar mais as cidades, com mais músicas no Mp3 para aguentar tanto tempo de estrada e de mapa na mão, para não perder nenhuma entrada.



15 de jul. de 2013

Os piões atacam e Cabral espera para o golpe

Os manifestantes estão pedindo a saída de Cabral do governo? Pois estão pedindo tudo o que ele mais deseja nesse momento. Engana-se o "protestante" que acha que isso vai em contra do que deseja o governador. Fernando Molica já contou essa história em sua coluna de O Dia e já ouvi a mesma versão de uma ótima fonte de dentro do Governo. Cabral quer renunciar.

E para quê? Primeiro para sumir do mapa por uns tempos. Ele sabe que a situação dele está cada vez mais difícil. E do jeito que as coisas vão, Luiz Fernando Pezão não se elege nem síndico de condomínio. Uma saída de Cabral colocaria Pezão no governo e no ponto de bala para disputar a "reeleição" com toda a máquina trabalhando a seu favor.

E essa máquina precisa mesmo trabalhar antes que chegue alguém e comece e levantar contratos, concessões e licitações dos sete anos de governo Cabral, o que, no momento de ebulição por que passe o país, poderia ser fatal para o futuro imediato do atual governador. Com Pezão cinco anos no governo dá tempo de sobra de maquiar o que de mau já foi feito e deixar Cabral contando com a memória fraca do povo para 2018 ou 2020.

Nesse jogo de xadrez complicado que é o mapa atual de lideranças do Rio de Janeiro, curiosamente os ataques vieram dos piões e não do bispo ou da torre ou do cavalo, como era de se esperar. Cabral vai deixar que se coma sua rainha para tentar um xeque mate, como o Rei, dentro de cinco anos. O problema é que tabuleiro não está mais fixo à mesa como até outro dia. E os mesmos piões que atacam, querem virar o tabuleiro de cabeça pra baixo.