carente. Vimos isso com Romário, com Ronaldo e mais recentemente com Adriano. Longe de fazer qualquer tipo de comparação, este tipo de histórias costumam ter um início difícil, um meio feliz (e rico, polpudo) e um final que pode ir do feliz à tragédia absoluta. No caso de Vitinho, promessa do Botafogo e recentemente eleito como a revelação do campeonato carioca, a história começa como quase todas: nascido e criado na favela Nova Brasília, no loteamento Guadalajara, no Complexo do Alemão no Rio, Vitinho foi descoberto ainda no Sendas, que depois virou Audax RJ. Daí para o Botafogo onde, aos poucos, foi tendo suas oportunidades com Osvaldo de Oliveira, até chegar às categorias de base da seleção. Aí é que o filme faz uma pausa.
Neste momento da história aparecem os amigos. E muitos. Chegando de todos os lados. De uma hora para outra Vitinho ganhou amigos de infância que nunca tinha visto na vida. Festas, baladas, convites para coisas um pouco mais pesadas (e recusadas). E o pai do jogador, conhecido como Pará, trabalhador da construção civil e craque das peladas do fim de semana na região, abre o olho, controlando tudo o que pode. Mas chega um momento que nem o pai mais zeloso do mundo sabe onde o filho anda. Resultado: já há um Vitinho Junior a caminho do mundo. E não há nada de mal nisso, diga-se de passagem. Mas o pai luta para afastá-lo das más companhias. E das boas também, por se acaso.
O olho é gordo para cima do salário do jogador. Afinal, para festas, churrascos e a cerveja depois da pelada é sempre quem ganha mais quem paga a conta. No caso, Vitinho. O que circula na comunidade é que o jogador estaria ganhando cerca de R$ 60 mil mensais no clube. Pará, o pai, já obteve duas ótimas vitórias: Vitinho já comprou uma casa boa para os pais na comunidade e já conseguiu fazer com que as visitas do filho ao Complexo do Alemão (pertinho de onde saiu Adriano, que é da Vila Cruzeiro) sejam cada vez mais raras e controladas. Vitinho mora com um companheiro de clube no Recreio e em breve vai morar sozinho também no Recreio. Agora a tarefa é controlar os amigos novos do Recreio. Mas pelo menos nisso Pará tem como aliado o Botafogo. O clube está escolado depois de ter lutado, quase que em vão, para tentar salvar a carreira de Jobson.
Vamos torcer para, desta vez, o futuro desse bom jogador tenha um final feliz.
Um comentário:
Caráter ZERO! Dificilmente quem vem de favela tem algum. Miséria do cassete, o cara fica louco com a grana. Lamentável
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