O empresário amigo diz ao jogador: "Olha, você vai assinar contrato de cinco anos com um time do Farofistão. Larga esse negócio de Brasil. Lá você vai ganhar uma salário dez vezes maior que aqui nesse time de ponta. Mas o país é ótimo, as pessoas adoram futebol e você vai ser rei. Mansão, carros na garagem, pode levar os amigos do Brasil de vez em quando, eles garantem que tem feijão e farinha pra comprar no mercado. A pressão é outra e não liga pra essas histórias de que faz frio e de quem tem terremoto. Tem lugar no Brasil que faz mais frio e a terra também treme. Agora, vou procurar um amigo meu na imprensa, soltar a notícia e você, por sua parte, pode começar a demonstrar insatisfação com o técnico, com o clube. Vamos forçar a barra para romper o contrato".
Essa é a versão nova do que antes chamávamos o "Conto do Vigário", que agora virou o "Conto do Empresário". O vigário de antes vira o empresário de hoje. Aquele em quem o jogador confia plenamente sua vida, seus contratos, seu dinheiro, seu futuro e no fim acaba quebrando a cara.
O Farofistão, claro, é um país fictício, tirado das histórias do Tio Patinhas da minha infância. Mas o contexto é quase sempre verdade.
O sujeito venda ilusão ao jovem, humilde e promissor jogador de futebol (às vezes também ao renomado, campeão do mundo e rico). Hoje o Farofistão pode ser a Ucrânia, o Uzbequistão, a China, a Grécia, o México e muitas vezes é também, dependendo do time, países como Portugal, Espanha, França e Itália.
A história continua seis meses depois do contrato assinado, com o jogador infeliz, à beira de uma depressão, e que arranja um empréstimo para voltar logo ao Brasil. De volta, o discurso muda: não quero sair daqui nunca mais, não quero voltar pra lá, aqui é que sou feliz.
Ora, se é assim sempre, então porque é que assinou contrato? Porque é que aceitou e caiu na conversa do empresário? Era muito dinheiro, né? E vamos espalhando pelo mundo talentosos jogadores que futebol que não cumprem o que assinam, mas que ficam as contas bancárias gordas e a de seus empresários também. E jogam qualquer ética e profissionalismo para baixo do tapete.
Bom, se for um tapete árabe, eles nem ligam.
P.S. Esse post é em homenagem ao Roberto Carlos, que já perto de aposentar e não tenho mais onde guardar tanto dinheiro, foi se aventurar em um time de quinta categoria na Rússia. E aí se sujeita a receber bananas em campo com sinal de puro racismo e ódio de um país que vai receber a Copa do Mundo de 2018. Roberto Carlos não merecia passar por isso, mas poderia ter evitado. Uma dose a menos de ganância faria bem nessa hora.
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23 de jun. de 2011
23 de nov. de 2010
A questão das Copas de 2018 e 2022
Durante a Soccerex, que acaba amanhã, deu pra colher algumas opiniões e fazer algumas previsões sobre a eleição para escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022 no próximo dia 2 de dezembro.
Vamos começar por 2018.
Portugal-Espanha sequer vieram à Soccerex. Ou estão confiantes demais, ou, depois dos boatos sobre esquema de compra de votos, decidiram desistir da idéia de organizar um Mundial. Havelange, na semana passada, disse que era a candidatura que mais o agradava. Mas a crise econômica que assola os dois países (nem sei dizer qual dos dois está pior) pode ser fator determinante para que a Fifa deixe os dois países sem copa. A Inglaterra é outra que parece ter esquecido da campanha. Bélgica-Holanda é a candidatura mais simpática. Fazem um ótimo trabalho de marketing e tem na curta distância entre as sedes (máximo de 160 kms) um fator positivo.
A Rússia é a grande incógnita. Não se pode negar a força econômica do país e isso pode ser decisivo. O problema do terrorismo checheno é que pode pesar em contra. Mas não se pode destacar a força política de Vladimir Putin e a chance de a FIFA ampliar um pouco mais seus domínios pelo mundo. A Rússia é um mercado novo, fresco para Blatter ampliar seus domínios.
Agora 2022.
A Copa vai ser nos Estados Unidos. Ponto pacífico. A Coréia está fora do páreo. A tensão de hoje com os nortecoreanos afasta de vez qualquer chance deles, que, além disso, vão ter organizado um mundial "apenas" 20 anos antes. A Austrália é carta fora do baralho, embora me pareça uma opção no mínimo curiosa. E o Catar é um projeto virtual. Não se nega a força econômica do país árabe, que já organiza mundial de Beach Soccer, Interclubes e outros jogos amistosos caça-níqueis (Brasil x Argentina, por exemplo). Os Estados Unidos tem tudo pronto. Se fosse pra fazer 2014 não teriam problema. E Havelange, na palestra que abriu a Soccerex deu a dica: "A Copa de 94 é a que deu mais lucro entre todas até hoje". E a FIFA não vai jogar isso fora.
Enfim, meus votos iriam para Belgica-Holanda e Estados Unidos.
Mas é provável que vençam Russia e Estados Unidos.
Vamos começar por 2018.
Portugal-Espanha sequer vieram à Soccerex. Ou estão confiantes demais, ou, depois dos boatos sobre esquema de compra de votos, decidiram desistir da idéia de organizar um Mundial. Havelange, na semana passada, disse que era a candidatura que mais o agradava. Mas a crise econômica que assola os dois países (nem sei dizer qual dos dois está pior) pode ser fator determinante para que a Fifa deixe os dois países sem copa. A Inglaterra é outra que parece ter esquecido da campanha. Bélgica-Holanda é a candidatura mais simpática. Fazem um ótimo trabalho de marketing e tem na curta distância entre as sedes (máximo de 160 kms) um fator positivo.
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Amsterdã Arena |
A Rússia é a grande incógnita. Não se pode negar a força econômica do país e isso pode ser decisivo. O problema do terrorismo checheno é que pode pesar em contra. Mas não se pode destacar a força política de Vladimir Putin e a chance de a FIFA ampliar um pouco mais seus domínios pelo mundo. A Rússia é um mercado novo, fresco para Blatter ampliar seus domínios.
Agora 2022.
A Copa vai ser nos Estados Unidos. Ponto pacífico. A Coréia está fora do páreo. A tensão de hoje com os nortecoreanos afasta de vez qualquer chance deles, que, além disso, vão ter organizado um mundial "apenas" 20 anos antes. A Austrália é carta fora do baralho, embora me pareça uma opção no mínimo curiosa. E o Catar é um projeto virtual. Não se nega a força econômica do país árabe, que já organiza mundial de Beach Soccer, Interclubes e outros jogos amistosos caça-níqueis (Brasil x Argentina, por exemplo). Os Estados Unidos tem tudo pronto. Se fosse pra fazer 2014 não teriam problema. E Havelange, na palestra que abriu a Soccerex deu a dica: "A Copa de 94 é a que deu mais lucro entre todas até hoje". E a FIFA não vai jogar isso fora.
Enfim, meus votos iriam para Belgica-Holanda e Estados Unidos.
Mas é provável que vençam Russia e Estados Unidos.
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