São péssimas as lembranças do desastre ambiental causado pelo petroleiro Prestige, que naufragou na costa da Galícia, Espanha, em dezembro de 2002. A quantidade de Fuel Oil, ou óleo, cru derramadado no mar e que chegou em forma de piche ou "chapapote" nas belas praias do litoral espanhol foram terríveis. Destruição da fauna e da flora marinha, praias inteiras pintadas de preto, quantidades enormes de vidas perdidas pela ganancia do homem.
Estava na Espanha mas do outro lado do país. Não via de perto daquela tragédia. Vi pela TV e ouvi pelo rádio os depoimentos de quem vivia da pesca, do turismo e da natureza local. E deu para sentir, um pouco, o tamanho do drama que até hoje ainda reflete naquela região.
Seria demais pensar que o petróleo me persegue, até porque há petróleo em todo lugar. E ainda mais porque venho de Campos, região petrolífera. Então era de se esperar que, mais dia menos dia, algo pudesse vir a acontecer. Uma vez mais o descaso e a ganância do homem destroem tudo. Há quase duas semanas jogam barris e barris de petróleo puro no mar e já já, eles vão chegar a nossas praias.
E as providências vão sempre em um ritmo mais lento do que esperamos.
Ah, mas a empresa Chevron vai ser multada em R$ 50 milhões!. E daí? A multa vai resolver o quê? Vai comprar água limpa? Algas novas? Peixes novos? Praias sem poluição? Vai servir para conter a maré que leva o petróleo para as praias e para alto mar?
O tempo da natureza é bem diferente do que podemos pensar. Às vezes lenta demais (como quando se recupera de uma agressão como esta), e às vezes rápida demais (e não dá tempo nem se salvar a roupa do corpo). Mas não perdemos por esperar. A natureza, mesmo tratada com desleixo, sabe responder.
Um comentário:
E ainda querem nossos royalties!
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