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12 de abr. de 2013

É meu, mas não é

Eu ando de ônibus. Sou dos que preferem atravessar a rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, todas as manhãs rumo ao trabalho, no Centro, com alguém dirigindo para mim. Vou lendo, ouvindo rádio. Mesmo que isso signifique arriscar a minha vida e a de outros passageiros com motoristas que, quase sempre, dirigem acima dos 60 km/h permitidos e nunca fiscalizados na Praia do Flamengo. E para andar de ônibus nada melhor do que ter um cartão Riocard, o bilhete único carioca.

O que não pode é perdr o bilhete, porque se você perde...

Bem, perdi o meu no carnaval. Quarta-feira de Cinzas para ser mais exato. Num bloco na Gávea, trabalhando. Na quinta-feira já providenciei o cancelamento pelo site. Melhor seria dizer "nos sites". Porque são dois. Não sei o motivo, mas cada hora que preciso de uma coisa, entro no site, mas acaba sendo no outro.

Imprimi o papel da perda.

Depois disso, fiz um pedido de um novo cartão, no site. Site confuso, pedem dados demais, os caminhos são tortuosos, os termos parecem científicos . Liguei para a ajuda telefônica, demoraram a me atender, e tive que fazer passo a passo com a telefonista. Consegui. Imprimi o boleto. Paguei pela internet e tive que imprimir também o comprovante de pagamento.

Dentro de sete dias o cartão estaria disponível na agência Itaú que eu escolhesse pelo site. Lista de agências todas desordenadas, um caos. Se você der sorte de achar a sua entre as dez primeiras da lista, ótimo. Se não...

Acontece que sete dias depois, na data marcada, eu estaria de viagem, férias, longe. Deixei para depois. Não precisava do cartão mesmo. Volto das férias e vou buscar o cartão, pensei. Mas aí encontro fila de início do mês no banco. Nem pensar. Volto amanhã.

Voltei. Três folhas de papel impressas e...falta mais um papel, informa a caixa, quase que rosnando. Um papel de recibo, que só fica pronto depois que o cartão fica pronto. Tem que ir no site (qual dos dois, meu Deus?), seguir o caminho e imprimir.

- Mas já paguei, o cartão está no meu nome, é meu, o crédito que está nele é meu, aqui está minha identidade, argumento.

Nada feito. Sem o maldito recibo, nada. Volto para casa. Aí acabou a paciência e acabou também a tinta da impressora acabou. Agora, só no dia seguinte.

Dia seguinte, Imprimo o quarto papel e peço, por favor, à minha mulher para ir buscar o cartão para mim no banco. Se volto e a caixa do banco me pede um papel a mais, acho que perco a paciência de vez. Minha mulher foi e em cinco minutos voltava para casa com eu cartão. Acabou? Não.

Ainda é preciso desbloquear o cartão: dois dias. Depois transferir o saldo do cartão perdido para o cartão novo: mais dois dias.


- Mas já paguei, o cartão está no meu nome, é meu, o crédito que está nele é meu. Não adianta o argumento. A burocracia neste país sempre vence. Sempre. Perdi meu cartão no dia 13 de fevereiro e só no dia 16 de abril. Mais de dois meses. Parabéns aos envolvidos.


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