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22 de abr. de 2013

Leia com atenção

Ler está cada vez mais difícil. Melhor dizendo: se concentrar em uma leitura está cada vez mais difícil. Daí a entender o que se está lendo é um passo ainda maior e mais perigoso. Digo isso porque, nos últimos dias, recuperei um velho hábito que andava esquecido em mim: ler.

E voltei a ler da forma mais moderna: através do tablet. Baixei o aplicativo do Kindle no Ipad, comprei um par de livros na Amazon e comecei a devorá-los como antes.

Sei que o mundo anda rápido, te exige cada vez mais uma leitura mais rápida, tirando conclusões cada vez com menos tempo de refletir e exigindo de você uma reação na maior velocidade e com a menor margem de erro possível. Sinal dos tempos.

Mas ainda é possível ler com calma. Sossegado. Sem interrupções. Acho até que voltei a ler melhor desta vez. Melhor no livro do que no twitter por exemplo.

E cito o twitter, porque seus 140 caracteres me lembram que na semana passada publicamos um anúncio numa página do Facebook, buscando profissionais para trabalhos esporádicos em lugares específicos: freelancers para as regiões Sul, Norte, Serrana e dos Lagos do Rio de Janeiro. Texto curto, bem escrito (não fui eu quem escreveu), bem explicado. Pois não bastou.

Recebi uma enxurrada de emails de gente da capital, ou de Niterói ou da Baixada Fluminense dizendo que se encaixava no perfil e coisa e tal. Até de Minas Gerais e São Paulo recebi emails. Respondi um a um, explicando que eles não se encaixavam porque o anúncio era claro: queríamos gente que trabalhasse e morasse na região identificada no texto.

Alguns me responderam pedindo desculpas pela falta de atenção na leitura; outros insistiram dizendo que sim se encaixavam de qualquer forma; outros pediam que eu os indicasse alguém para mandar currículo. Outros copiavam textos formais da internet que me fizeram rir. Outros foram incapazes de ler no texto que meu nome é Marcus e não Márcio. E depois da terceira tentativa de fazê-los entender que estavam me chamando com o nome errado, a resposta veio com um simples :).

Como pensar em contratar quem é incapaz de entender a mensagem de um texto simples? Como confiar que alguém seja capaz de produzir uma matéria de qualidade, por mais simples que seja o assunto, se elas não conseguem ler um texto e saber se estão ou não dentro do que é pedido? Difícil tarefa, não?

É certo que chegaram na minha caixa vários emails corretos, de gente (e boa) das regiões procuradas. Mas, infelizmente, foram minoria.


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