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17 de nov. de 2010

O ônibus das cores

A prefeitura do Rio resolveu mudar as cores dos ônibus que circulam pela cidade. Fez licitação com as empresas (que, em geral, pertencem aos mesmos donos) para tentar dar um jeito no caos que os ônibus provocam na cidade e tentar uniformizar o aspecto dos mesmos. Nas grandes cidades européias é assim. Só que lá o serviço é municipalizado. E não está nas mãos das máfias.

Na Zona Sul o caos é pelo excesso. Vide Nossa Senhora de Copcabana e rua Jardim Botânico. Na Zona Norte/Oeste pela falta de coletivos que deixa a população à merce de latas-velhas lotadas.

Mas a uniformidade das cores esbarra em alguns poréns que, como usuário, gostaria de destacar.

Atualmente, de longe, você distingue se o ônibus que vem é o que você quer ou não. E faz sinal logo, porque quase sempre eles passam apressados e não param (quando tem velhinho no ponto ou estudante, aí mesmo é que os motoristas aceleram). Com todos da mesma cor, corremos o risco de ficarmos mais tempo no ponto.

Hoje se, por exemplo, vêm na mesma reta quatro ônibus amarelos, fica dificil saber se é o que você quer. Por exemplo: se vai pela Praia, pelo Santa Bárbara ou pela Senador Vergueiro. Isso porque os números, mesmo de dia e de perto são ilegíveis. Convém que a Prefeitura peça, de joelhos, claro, para não melindrar as empresas, que a numeração passe a ser por lâmpadas de led, que facilitariam a identificação à distância (como em alguns já acontece).

Outra curiosidade é que a uniformidade de cor foi adotada primeiro pelas empresas que têm os ônibus mais velhos (Amigos Unidos, por exemplo). Assim fica mais fácil disfarçar os cacarecos que eles mandam pras ruas.

E tudo isso passa por: motoristas mais educados e sem celular na orelha, trocadores que não fumem dentro do ônibus (mesmo com a mã pra fora, incomoda, viu), e passageiros mais conscientes de que é preciso deixar o ônibus limpo e que não, não quero ouvir o mesmo funk que você tem no celular. Prefiro outra música.

Poderíamos até ter uma campanha: "Doe um fone de ouvido a um funkeiro que anda de ônibus". Que tal?

O que vale mesmo é que, até agora, não vi nenhuma diminuição da frota que passa pela Zona Sul. Pelo contrário. O trânsito continua o mesmo caos. Vamos dar tempo ao tempo.

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